Apresentação dos Resultados da Projeto Medição da Qualidade do Ar, desmatamento e saúde coletiva
No dia 13 de junho de 2025, às 9h, foi realizada na Câmara de Vereadores de Breves uma sessão especial para a apresentação dos resultados do projeto Medição da Qualidade do Ar – Desmatamento e Saúde Coletiva. A iniciativa faz parte do movimento Respira Amazônia, criado em 2024, e tem como foco o monitoramento da qualidade do ar na região do Marajó, relacionando os impactos do desmatamento com questões de saúde pública.
O evento contou com a presença de:
- representantes dos Movimentos Sociais;
- da Universidade Federal do Pará (UFPA), por meio do Grupo de Trabalho em Educação Ambiental no Marajó (GTEAM) e do Campus Universitário do Marajó-Breves (CUMB);
- representantes de Secretarias Municipais e;
- de todas as vereadoras e vereadores da Câmara Municipal.
Durante a sessão, foram apresentados dados obtidos por meio de medições realizadas no sensor instalado no CUMB, que está localizado em uma região de lacuna na gestão do ar, uma vez que o Estado do Pará conta com apenas 8 sensores em funcionamento. Dentre os dados apresentados, foi destacado que, no mês de novembro de 2024 – ápice do período de estiagem e de incidência de fumaça na região de Breves – o índice de Material Particulado PM2.5 atingiu alarmantes 480 μg/m³. Para efeito de comparação, o Programa Nacional de Qualidade do Ar estabelece como 50 μg/m³ o limite máximo tolerável para esse tipo de material.
Os Materiais Particulados, em especial o PM2.5, ao serem inalados, se acumulam em nossos organismos afetando a saúde em diferentes escalas, desde doenças respiratórias até o aumento de risco de ataque cardíaco e de câncer.
Dentre os questionamentos levantados durante a sessão, o mais preocupante foi: “como serão os dados de concentração de PM2.5 em períodos de estiagem mais prolongados?”, visto que esses períodos tendem a se intensificar com as mudanças climáticas. Além disso, foi apontada a necessidade de se conhecer mais aprofundadamente os efeitos do PM2.5 na saúde da comunidade, o que necessitará de um trabalho conjunto com as Secretarias Municipais, especialmente com os Agentes Comunitários de Saúde.
A atividade reforça a importância da ciência e da extensão universitária na produção de conhecimento voltado às necessidades da região, promovendo o diálogo entre universidade, sociedade civil e poder público.
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